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A música e o comportamento humano

Publicado em: 07/05/2018

“Sem a música, a vida seria um erro”, declarou certa vez o filósofo e escritor Friedrich Nietzsche. E você? Já parou para pensar no quanto ela está envolvida em seu cotidiano? Às vezes você não “se pega” cantarolando algo, inconscientemente? A coordenadora do curso de Psicologia da Universidade de Araraquara – Uniara, Simoni de Cássia Haddad Penteado, fala sobre a música relacionada com o comportamento humano, de maneira geral.

“São vários os benefícios de se ouvir música, desde o de ser uma forma de lazer e servir como puro entretenimento, até ser um meio de reduzir a ansiedade, diminuir estresse e permitir extravasar emoções. Ela já foi descrita como uma forma de melhorar o sono e, de algum modo, também tem o poder de nos conectar à nossa história e à parte de nossa identidade”, explica a docente.

As vantagens, inclusive, começam desde muito cedo, quando o bebê ainda está na barriga da mãe. “Ao ouvir uma música que lhe faz bem, a mãe produz substâncias que caminham por sua circulação sanguínea e, por consequência, na do filho. Assim, engendraria um estado químico que, por sua vez, transmitiria uma sensação cada vez mais familiar para a criança. O bem-estar da mãe é impactante para o desenvolvimento do filho, tal qual é seu estresse. Por isso a música é muito significativa, no sentido de promover memórias positivas no feto”, diz a professora.

Ela menciona o documentário “Alive Inside”, dizendo que “há exemplos incríveis sobre o poder transformador da música em indivíduos que apresentavam-se ‘ausentes’, de certo modo, devido à doença de Alzheimer”. “Além desses aspectos, alguns estudos mostram que determinadas composições, como as de Mozart, por exemplo, afetam significativamente o desempenho cognitivo. No livro ‘Música, cérebro e êxtase’, do pianista e compositor Robert Jourdain, o autor descreve que indivíduos que foram vítimas de danos cerebrais só esboçavam algum tipo de reação ao ouvir música”, comenta.

Quanto a malefícios da música, Simoni acredita que não existam prejuízos, ao menos inerentes a ela. No entanto, o que pode trazer danos, em sua visão, é a maneira como se faz o seu uso. “Como em relação a qualquer outro elemento, quando há excesso e mau uso, podemos encontrar malefícios. A exposição à música alta, por grandes períodos, por exemplo, já foi sinalizada como uma forma inadequada de se ouvi-la, visto que pode afetar memória e aprendizagem de indivíduos em desenvolvimento”, alerta.

“A audição exagerada, chamada por alguns estudiosos de overdose musical, especialmente por uso de fone de ouvido, tem gerado preocupação em órgãos de saúde. Dessa forma, acredita-se que isso possa afetar negativamente o sistema auditivo e as atividades neurais”, acrescenta a professora.

Será que a música pode se tornar viciante? De acordo com ela, alguns estudos neurocientíficos têm buscado comprovar a relação entre a audição de música e a liberação de dopamina, “neurotransmissor responsável por várias funções no organismo, dentre as quais a de promover prazer”. “Nesse sentido, a busca do prazer, por meio da música, pode ser descrita como uma forma de vício, embora eu acredite que esse talvez não seja o termo adequado para algo que produz sensações positivas no indivíduo”, esclarece.

Mesmo com uma “participação” tão grande na vida das pessoas, ao contrário do que muitos podem pensar, não é possível traçar o perfil de um indivíduo somente pelo tipo de música que ele escuta, segundo Simoni. “O perfil psicológico é composto por variáveis diversas, e apenas um elemento como o tipo de música de preferência não seria suficiente para isso”, afirma.

Ainda assim, “a música faz parte de nós”. “Desde as épocas mais primitivas há evidências de que todos os povos desenvolvem manifestações sonoras. A música, conforme escreve J. Jota de Moraes, ‘é algo feito por seres humanos e para seres humanos’. Entretanto, ela é composta por sons, ritmos, ruídos e silêncio, todos esses presentes na natureza. Nesse sentido, a música é uma organização humana de elementos naturais, transmutados em uma linguagem não-verbal que tem o poder de expressar, despertar e canalizar emoções”, destaca a coordenadora.

A música carrega, ainda, de acordo com ela, a possibilidade de trazer à tona épocas e memórias. “Serve de veículo para o posicionamento do homem diante da vida, se pensarmos em seu teor político e sócio-histórico. Por todos esses aspectos e muitos outros, creio que a música é essencial no cotidiano, e mais, é uma das grandes possibilidades de alavancar o homem para além de sua época e de seu espaço”, finaliza.

Informações sobre o curso de Psicologia da Uniara podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br ou pelo telefone 0800 55 65 88.



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