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Doutoranda da Uniara participa do XIX Diálogos Interbacias de Educação Ambiental em Recursos Hídricos

Publicado em: 25/10/2023

Nos dias 18, 19 e 20 de outubro, a doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente da Universidade de Araraquara – Uniara, Renata Egydio de Carvalho, participou do XIX Diálogos Interbacias de Educação Ambiental em Recursos Hídricos, com um banner e a divulgação do “I Caderno de Restauração Florestal”. O evento, que teve como tema “Acelerando Mudanças - Seja a Mudança que você quer ver no mundo”, foi realizado em São Pedro. Ela é orientada pelo professor José Maria Gusman Ferraz e coorientada pela docente Maria Teresa Vilela Nogueira Abdo.

“O I Caderno de Restauração Florestal teve destaque no evento. A publicação apresenta o artigo ‘Aspectos Ambientais e Socioeconômicos da Restauração Florestal’, escrito por mim e pelo professor José Maria, e é bem a linha que vai definir a restauração, mostrando a realidade de hoje, os compromissos internacionais do Brasil assumidos no Acordo de Paris, no Desafio de Bonn e na Iniciativa 20x20, para reflorestar e promover a recuperação natural de doze milhões de hectares de florestas até 2030 e 15 milhões de hectares até 2050”, explica Carvalho, que também editou e organizou a obra com enfoque na coleta de sementes e restauração da Mata Atlântica.

Ela conta que o Caderno foi concretizado no Projeto FEHIDRO – TG 130/2021, do Comitê da Bacias Hidrográficas do Turvo Grande, “e construído com a interação de um grupo de atores – pesquisadores e agricultores – na construção de redes regionais de coletores de sementes, em um processo participativo com informações das ações voltadas ao Bioma Mata Atlântica e uma nova abordagem de agricultura, aliando preservação, restauração de florestas, produção e renda”. “O propósito é começar a defender modelos produtivos que aliam a restauração florestal com as espécies que dê rendimento ao produtor, e a coleta de sementes de espécies florestais é uma boa fonte de renda. O Caderno traz pesquisas de instituições que já realizam trabalhos na área e que ajudam a entender um pouco da estrutura das sementes, com informações de 57 espécies”, aponta a doutoranda.

A edição é o primeiro volume de uma série de três cadernos sobre restauração organizada por Carvalho e Abdo, que afirma que o desafio da restauração é fazer um trabalho tecnicamente embasado, economicamente viável e socialmente atrativo e rentável. “Portanto, publicações nessa linha são muito bem-vindas, não só para facilitar a vida dos agricultores restauradores, mas para compartilhar ações e incentivar esses plantios. Na questão dos assentamentos, que são lotes pequenos, mais do que nunca eles precisam dessa produção diversificada, então a restauração se comunica com essa questão produtiva e é muito interessante porque aí você diversifica a produção dos assentados, de ter cada local se especializando em um tipo de cultura, com possibilidade de se verticalizar, fazendo ali um Sistema Agroflorestal”, destaca.

Abdo acrescenta que, além de restaurar, agrega-se valor ao produto – “planta banana e faz banana passa e doce de banana; planta o cacau e pode fazer o chocolate”. “Isso, para pequenas e medias propriedades, é essencial, principalmente porque já existem essas matrizes nos lotes dos assentamentos, e é uma forma de manter a agrofloresta em pé, não desmatar e poder explorá-la. E a produção de semente de plantas nativas é outra forma de aumentar a renda desses agricultores”, completa a coorientadora.

O I Caderno de Restauração Florestal foi lançado em maio de 2023, no I Encontro de Restauração Florestal no Noroeste Paulista, na Apta Regional de Pindorama. “A Uniara estava representada não só na publicação como em banners, como foi no Diálogos Interbacias. Possui um design gráfico muito bonito, pois todas as espécies foram bordadas por uma equipe de artesãs apaixonadas por árvores, as Bordadeiras de São Silvestre, do Vale do Paraíba. Apresenta também bordados dos logotipos das entidades parceiras e da linda Agrofloresta desenhada pelo professor José Maria, publicada no final do artigo sobre ‘Aspectos Ambientais e Socioeconômicos da Restauração Florestal’”, menciona Carvalho.

Em um trecho do artigo, Ferraz coloca que “Plantar Florestas poderá contribuir também para melhores oportunidades para o homem no campo, com um horizonte promissor, um negócio rentável e ótimas oportunidades de crescimento, além da importância das plantas medicinais que normalmente estão presentes nas matas e florestas que podem ter seu potencial aumentado e valorizado, que podem ser a chave para a cura e tratamento de diversas doenças”. “Ao cultivar árvores, revitalizar pradarias e construir propriedades saudáveis, estaremos lutando contra o duplo desafio da pobreza rural e das mudanças climáticas. A expansão destes sistemas pode ser uma ferramenta extremamente importante e viável para reverter a crise ambiental instalada”, consta no conteúdo.

Carvalho lembra que a publicação faz parte dos trabalhos paralelos que executam enquanto pesquisam a conclusão de sua tese de doutoramento. “Minha pesquisa foca os sistemas agroflorestais e a mudança na percepção e na vida dos agricultores que fizeram a transição do cultivo tradicional para agroflorestal, com monitoramento de diferentes tipos de plantios e técnicas de reflorestamento para análises e comparações de Sistemas Agroflorestais - SAFs, assim como seu funcionamento, os serviços ecossistêmicos produzidos e os resultados de políticas públicas utilizadas”, detalha a doutoranda.

Ela acredita que a apropriação do espaço produtivo pela humanidade necessita de uma nova abordagem, “e as agroflorestas se mostram como geradoras de serviços ambientais ao mesmo tempo em que podem produzir alimentos, fibras e madeiras, e manter a biodiversidade local, além de poderem gerar renda para o agricultor”. “Existem muitas discussões sobre os conceitos de restauração, principalmente sobre o de restauração produtiva, ou seja, aliada à produção. É um conceito que necessita ser sedimentado: para o ecologista, é uma insanidade você falar em monocultivo e, para o agricultor, o conceito de policultivo e de SAFs é uma novidade”, esclarece.

Dessa forma, segundo Carvalho, esses conceitos precisam ser rediscutidos, “até por que já existem cadeias produtivas dentro dessa nova visão, que estão se estruturando”. “Esse será o tema a ser abordado no II Caderno de Restauração Florestal, previsto para o ano que vem, sempre com a participação da Uniara, por meio das pesquisas desenvolvidas na área, orientadas pelo seu corpo acadêmico”, revela a doutoranda.

Ferraz, por sua vez, reforça que, no trabalho encaminhado ao XIX Diálogos Interbacias de Educação Ambiental em Recursos Hídricos, “estão relatados os avanços do nosso projeto de agroflorestal, no Vale do Paraíba”. “A Renata participou e discutiu também o capítulo do livro que escrevemos, relatando a importância das agroflorestas na questão de sequestro de carbono, mudanças climáticas e pagamento para o agricultor por serviços ambientais”, finaliza o orientador.

Informações sobre o PPG-DTMA da Uniara podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br/ppg/desenvolvimento-territorial-meio-ambiente, pelo e-mail dtmeioambiente@uniara.com.br ou pelo WhatsApp (16) 3301-7126.

 

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