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Estudo de aluna de Design Digital da Uniara analisa a atuação social do design gráfico durante o regime militar no Brasil

Publicado em: 14/01/2019

A “Atuação social do design gráfico durante o Regime Militar no Brasil” foi tema de um estudo realizado pela aluna do curso de Design Digital da Universidade de Araraquara – Uniara, Marina Eliza Salvanhini Campos, orientada pelo professor Daniel Robledo e coorientada pelo docente Diogo Augusto Gonçalves. O trabalho foi um dos vencedores do “XIII Congresso de Iniciação Científica” da instituição, na categoria “Originalidade do tema”, em premiação realizada em dezembro.

“A pesquisa trata da relação entre dois assuntos, o Movimento Tropicália, comumente compreendido no período de 1967 a 1968, e o design gráfico das capas de discos produzidas dentro desse recorte estilístico e temporal, realizando-se assim uma análise dessa produção cultural durante o regime militar”, explica Marina.

Ela aponta que o trabalho percorre a trajetória do design gráfico brasileiro durante o referido período, “buscando entender sua função social enquanto mais um dos agentes contrários ao Estado militarista, ao analisar de que forma os produtos gráficos da época refletiam ou reagiam aos ditames da esfera política, como a censura e o Ato Institucional número 5”.

Como conclusões, de acordo com a estudante, “verificou-se que, na década de 1960, no Brasil, houve uma grande mudança social, política e econômica que contribuiu para que o design surgisse como atividade profissional”. “Outra imagem nacional foi construída a partir do tropicalismo, movimento que não se prendeu somente à música, mas também às artes plásticas, ao teatro e ao cinema. Diante disso, observou-se que houve grande repercussão midiática, pois a tropicália absorveu novos códigos linguísticos e aspectos culturais”, comenta.

Foi possível ainda, segundo Marina, observar que o design das capas de discos percorreu um trajeto longo para que se pudesse atingir algum refinamento artístico, “tornando-se um meio de propagar ideias por meio de composições visuais que marcaram época e se tornaram referência”. “Sendo assim, algumas características comuns às capas de discos analisadas foram notadas, como a representação gráfica das alegorias, pertinentes às riquezas culturais brasileiras, bem como o uso de sátira, humor e ironia para tecer críticas ao governo militar”, completa.

Marina destaca que foi relevante o papel social do design gráfico no período do regime militar brasileiro, ocorrido entre os anos de 1964 e 1985, “uma vez que o país passava por um momento de dicotomias ideológicas, cerceamento à liberdade de expressão e perseguições políticas”. “Naquele momento controverso da história nacional, os designers procuravam expressar mensagens democráticas por meio da linguagem gráfica, utilizando-se de capas de discos, cartazes e jornais para disseminarem conteúdos contestatórios ao governo em voga”, finaliza.

O professor Daniel Robledo, que orientou o trabalho, conta que gostou muito do tema, “fundamental e pertinente”, e também da dedicação da estudante ao longo do projeto. “Ela me procurou já com a ideia, fez uma pesquisa histórica profunda, ficou meses procurando vários autores e professores, e foi muito comprometida. É muito bom ver esse reconhecimento, tanto em relação à área do designer quanto à da pesquisa da história. Quando pensamos em ensino, pesquisa e extensão, ela foi fundo principalmente nesse terceiro pilar, para a comunidade acadêmica, ao buscar o passado do Brasil, em relação ao regime militar, e trazer esse conhecimento. Marina chegou a palestrar sobre o assunto para alunos do primeiro ano do curso de Design Digital. Estou muito orgulhoso”, declara.

Informações sobre o curso da Uniara podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br ou pelo telefone 0800 55 65 88.

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