Publicado em: 20/06/2018
A primeira noite da “XVI Semana de Psicologia” da Universidade de Araraquara – Uniara contou com duas mesas-redondas que tiveram como temática a sexualidade. A atividade foi realizada no auditório principal da instituição.
Após um coquetel de abertura, o psicólogo Paulo Rennes Marçal Ribeiro deu início às atividades com a palestra “Sexualidade: entendendo a história para pensar o cuidado”. “A intenção foi abordar a educação sexual enquanto componente da cultura sexual brasileira. Quando falamos no assunto, pensamos em um processo histórico e cultural do qual todos nós, enquanto pessoas, fazemos partes. É uma educação dada sem nenhum tipo de planejamento, espontaneamente, a partir da família, dos meios de comunicação, da igreja e componentes da sociedade. Se você assiste a um programa de televisão, escuta determinadas conversas de parentes, tem um contato informal com amigos da escola, é uma educação sexual, e há muitas informações, tabus e preconceitos que vêm junto. Acontece no cotidiano”, explica o convidado.
Em sua explanação, na qual falou sobre como a questão era vista nos diferentes períodos históricos brasileiros, ele comenta que a influência sofrida é centenária. “Desde o período de colônia, a educação sexual está sendo moldada. Somos fruto desse processo histórico”, diz.
Em seguida, a psicóloga Carina Fernanda Robles Angelini palestrou sobre “O corpo, o desejo e o sexo: uma discussão sobre a abordagem das queixas sexuais”. “Trouxe uma discussão a respeito de alguns aspectos que são importantes quando abordamos o cuidado com as pessoas que nos procuram porque estão vivenciando alguma dificuldade sexual. São aspectos relacionados ao corpo, à maneira como o simbolizamos, a todas as questões relacionadas ao modo que, culturalmente, vamos nos construindo, tanto psiquicamente quanto sexualmente”, esclarece.
De acordo com ela, “embora hoje em dia tenhamos um acesso grande a conteúdos pornográficos, não é verdade que caminhamos na mesma velocidade em relação à educação sexual”. “Ainda existem muitos tabus e interpretações normativas do que é certo e errado, permitido e proibido. Estamos a passos lentos. A questão fundamental é o olhar para a singularidade. Nunca exibimos tanto o corpo, falamos tanto dele e o usamos para fazer provas daquilo que somos, e mesmo assim, esquecemos o que é singular. É necessário esse resgate o tempo todo”, aponta.
Para a coordenadora do curso de Psicologia da Uniara, Simoni de Cássia Haddad Penteado, o evento é um momento que permite a reflexão sobre várias questões. “Uma delas, sempre fundamental, é a que se refere à nossa integração, de modo que consigamos nos aproximar mais. É a possibilidade de nos encontrarmos, de fato”, comenta.
A proposta da atividade, para os alunos, segundo a docente, “é enriquecer o que têm no dia a dia, na sala de aula, e sempre trazer pessoas com grande propriedade para falar dos temas que nos propuseram”. “Acho que a sexualidade é um tema que sempre atraiu a área de psicologia, mas nem sempre foi tratado com o devido cuidado. Agora é um momento muito especial para termos essa atenção sobre esse assunto tão amplo e presente em nossas vidas”, finaliza.
Ao final, foi promovido um debate entre o público e os convidados. A “XVI Semana de Psicologia” da Uniara, que tem como tema “Compartilhar forças, tecer respeito: o lugar da Psicologia na atualidade”, continua nesta quarta-feira, dia 20 de junho, às 19h, com a mesa-redonda “Uma história, diversos olhares”. O evento terá continuidade no dia 27 de agosto, com a apresentação de um Trabalho de Conclusão de Curso – TCC e dois minicursos. A programação completa pode ser visualizada logo abaixo.
Informações sobre o curso de Psicologia podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br ou pelo telefone 0800 55 65 88.
Saiba o que fazemos com os dados pessoais que coletamos e como protegemos suas informações. Utilizamos cookies essenciais e analíticos de acordo com a nossa política de privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.
ENTENDI