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A economia mundial e o COVID-19

Publicado em: 20/03/2020

Não é segredo que a economia mundial já passa por grande dificuldade devido à pandemia do COVID-19. Nesse cenário, o coordenador do curso de Economia da Universidade de Araraquara – Uniara, Ademil Lúcio Lopes, contextualiza mais o assunto e fala dos grandes problemas, na área, relacionados a um momento histórico tão delicado.

“A pandemia, como todos sabemos, começou na China por volta de setembro/outubro de 2019, e em dezembro, se alastrou pelo país e começou a atingir outros países da Ásia como a Coreia do Sul. Naquele momento, o governo chinês tomou medidas drásticas de isolamento das pessoas, de modo a conter a expansão do vírus, sendo que essas providências paralisaram todo o seu setor produtivo, que hoje representa 16% do Produto Interno Bruto - PIB mundial e é responsável pelo fornecimento de vários produtos eletroeletrônicos de consumo, máquinas e equipamentos para a indústria de bens de capital, peças e componentes para a indústria automobilística e outros setores industriais”, explica Lopes.

Ele conta que, em função dessa interrupção, esses setores, por sua vez, tiveram que cessar sua produção por falta de peças e componentes, até então importados daquele país. “Assim, ainda quando a contaminação do vírus ocorria na China, a economia mundial sentiu as consequências do problema causado pela pandemia. No outro lado, países exportadores de commodities, como o Brasil, também sofreram, visto que a China também é o maior consumidor de bens agrícolas e energéticos, cujas vendas são fundamentais para nações como a nossa”, esclarece.

Com perspectivas negativas, o coordenador menciona que, nos últimos dias, foi amplamente divulgado na imprensa que as vendas no varejo chinês caíram 20,5% e a produção industrial diminuiu 13,5%. “Foi simplesmente devastador. Então, como vários países - uns mais, outros menos - estão adotando medidas rigorosas, como quarentenas, para conterem a expansão do vírus - o que causa a interrupção de operações produtivas, comércio, serviços etc -, podemos projetar algo muito parecido, o que obviamente levará a uma forte recessão mundial. Mesmo considerando a reação dos governos, com corte de taxas de juros, aumento do crédito, dos gastos públicos, tudo isso ameniza as consequências negativas para a economia e para a vida das pessoas, mas a recuperação econômica só ocorrerá com o controle da expansão do COVID-19”, analisa Lopes.

Até o momento, os setores mais atingidos pela crise econômica são os de turismo, serviços e o de aviação, de acordo com ele. “Com a proibição da circulação das pessoas, bares, restaurantes e os serviços em geral estão sentindo o peso dessas medidas. No caso do turismo, os aeroportos do mundo estão praticamente fechados. A proibição de voos tem causado enormes prejuízos a essas empresas. É só olhar para o fato de que as ações das empresas aéreas são as que mais perderam com a tensão nos mercados financeiros. Mas todos os setores econômicos perdem e vão sofrer mais ainda enquanto a situação causada pela expansão do vírus continuar, no Brasil e no mundo, infelizmente”, lamenta.

Em sua visão, não há previsão de quando a economia mundial voltará a crescer como acontecia, antes da pandemia. “É difícil, tudo isso vai depender de quanto tempo o vírus vai continuar se espalhando pelo mundo. Vivemos uma situação única, é impossível prever qualquer coisa nesse momento”, diz.

De acordo com Lopes, nas atuais circunstâncias, portanto, resta aos governos continuarem “o que têm feito, diminuindo as taxas de juros e aumentando o crédito barato para que as empresas, principalmente as médias e pequenas, com dificuldades pela falta de demanda, tenham acesso a recursos baratos para que possam sobreviver nesse momento de forte queda nas vendas e na atividade econômica de forma geral”.

É preciso, na opinião do coordenador, canalizar recursos para os trabalhadores informais, “que dependem muito das vendas e prestações de serviços do dia a dia para obterem renda, e também fortalecer as políticas sociais, como o Bolsa Família e outros benefícios, de modo a proteger essa grande parcela da sociedade que está completamente fragilizada diante da expansão do vírus”. “O efeito dessas medidas é diminuir os problemas causados pela pandemia na vida econômica das pessoas”, ressalta.

Por fim, segundo Lopes, também é necessário “colocar todos os recursos possíveis para fortalecerem nosso sistema de saúde, de modo a enfrentarmos esse enorme desafio”.

Informações sobre o curso de Economia da Uniara podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br ou pelo telefone 0800 55 65 88.

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