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As condições para o aleitamento materno ideal

Publicado em: 06/08/2019

A Semana Mundial do Aleitamento Materno deste ano, que traz como tema “Capacite os pais e permita a amamentação, agora e no futuro”, teve início no dia 1º de agosto e termina nesta quarta-feira, dia 7. A professora do curso de Enfermagem da Universidade de Araraquara – Uniara, Mariana Lopes Borges, que ministra a disciplina “Assistência de Enfermagem à Mulher e Neonatologia”, ressalta a importância do aleitamento.

“A necessidade de refletirmos sobre os cuidados para uma amamentação eficaz faz parte da rotina de muitos profissionais de todos os níveis de atenção em saúde no Brasil, e o tema engloba uma questão urgente e fundamental para o sucesso do aleitamento materno no país: a inclusão de pais e familiares no apoio à prática”, destaca a docente.

Ela aponta que, “aparentemente, falar sobre o assunto parece simples, pelo fato de ser uma ação que, teoricamente, toda mãe pratica em nome do amor e para um bom desenvolvimento da criança ao longo da vida, mas não é bem assim que acontece”. “Chamo a atenção para um aspecto importante desse processo, já identificado por muitas mulheres e profissionais de saúde, que é o retorno da mulher ao trabalho no período do aleitamento materno exclusivo e o papel do(a) companheiro(a) e da família neste momento. Incluir os(as) parceiros(as) e a família no processo requer uma consciência para além do que a nossa cultura reproduz ao longo das gerações: a mãe é a única responsável pelo aleitamento e, portanto, cabe a ela se preocupar com tudo o que envolve o ato de amamentar. Porém, não é o que temos visto e ouvido das mulheres e de seus companheiros sobre esse momento tão especial. Amamentar vai muito além de alimentar a criança e se preocupar apenas com o crescimento e desenvolvimento cognitivo”, afirma.

É um processo, de acordo com a docente, que estreita vínculos afetivo e de confiança, desperta sentimentos de segurança nos adultos e nas crianças, favorece a união e reforça laços de amor. “Claro, não podemos desconsiderar os casos em que amamentar são interrompidos por motivos diversos, mas no caso proposto, o aleitamento materno surge como uma oportunidade de autoconhecimento, empatia, perseverança e muito amor”, reforça.

Incluir os companheiros e familiares na jornada da amamentação possibilita que eles reconheçam os benefícios de se compartilhar o cuidado e a atenção, para mães e crianças, segundo Mariana. “A licença-paternidade e o contato com os avós e tios mais próximos deveriam ter um propósito muito maior do que simplesmente ‘ajudarem a mulher com o bebê no banho e fazê-lo dormir, entre outros’: deveriam promover o despertamento para todos os aspectos que envolvem esse processo. Uma vez inseridos nesse contexto, é possível compreender as reais necessidades maternas e do bebê, como por exemplo, os anseios da mulher em relação ao retorno do trabalho. O companheiro e a família, em muitos casos, são a fonte de apoio, e quanto mais conhecerem as dificuldades e facilidades do processo de aleitamento, melhor poderão contribuir com as demandas que surgirão, sejam elas físicas, emocionais e espirituais da família”, explica.

A professora aponta que o referido retorno da mulher ao trabalho é um momento de apreensão e angústia. “A interrupção do vínculo físico geralmente desencadeia sentimentos de medo, preocupação excessiva e abandono, pela mãe. Nesse momento, oferecer apoio, incentivar sentimentos positivos da mulher e enaltecer a dedicação e o amor despendidos ao cuidado do bebê trazem mais segurança e evitam o risco do desmame precoce, sentimentos negativos e duvidosos sobre a maternidade real. Além disso, a discriminação social e no trabalho, presentes em nossa sociedade, reforçam esses sentimentos”, diz.

No processo, Mariana comenta que a família se torna agente ativo e trabalha como equipe na manutenção do aleitamento materno juntamente com a mulher, “compreendendo a importância dos benefícios para o bebê e para ela”. “Garantir que seus direitos e os do companheiro sejam devidamente exercidos deve ser reforçado por meio das iniciativas de proteção social pública, como a licença-maternidade e paternidade remuneradas, períodos de descanso para o aleitamento materno e locais adequados nas empresas para a prática da amamentação, bem como condições para a mulher exercer esse direito constitucional”, ressalta.

Além das medidas públicas de incentivo, a docente lembra ainda que é possível contar com o suporte dos profissionais de saúde, “especialmente da equipe de enfermagem, que esclarecem dúvidas, ensinam a maneira mais eficaz para uma mamada eficiente, trazem orientações baseadas em evidências científicas e acolhem toda a família, o que evita julgamentos frente às suas escolhas família e reforça a importância dessa prática principalmente nos primeiros seis meses de vida”.

Mariana finaliza dizendo que “amamentar é um ato de amor e está longe de ser uma ação romantizada e idealizada, mas certamente propicia saúde, bem-estar e fortalecimento de vínculo familiar quando todos participam desse processo, conscientes de todos os benefícios”.

Informações sobre o curso de Enfermagem da Uniara podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br ou pelo telefone 0800 55 65 88.



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