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Entendendo um pouco mais sobre a demência

Publicado em: 08/04/2016

A demência, em idosos, é uma dura realidade, e ter paciência e cuidar deles deve ser prioridade. A coordenadora do curso de Psicologia do Centro Universitário de Araraquara – Uniara, Simoni de Cássia Haddad Penteado, dá detalhes sobre a demência, principalmente na população da terceira idade, e coloca que é importante observar que o problema é, “antes de tudo, uma síndrome que afeta uma pessoa e não deve ser pensada exclusivamente como uma doença passível de estudo em laboratório”.

A professora explica que a síndrome demencial pode ser caracterizada pelo declínio global e progressivo das funções cognitivas. “A demência também consta no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM, ou seja, é classificada como um transtorno mental. Há diversas causas possíveis de demência, cuja especificidade diagnóstica depende da compreensão das diferentes manifestações clínicas e de uma sequência específica de exames complementares”, ressalta.

Em relação à compreensão dos vários aspectos relevantes que envolvem a demência, ela aponta que “a pessoa afetada pela síndrome tem uma história que, muito embora parcialmente comprometida em sua memória, não deixou de existir e determinar muitas das características que definem sua identidade e forma de ser”. “Ela vive em um contexto familiar e sócio-econômico-cultural que determinará a maneira como será acolhida, compreendida e cuidada”, ressalta a docente, que também aponta que a demência, em seus estágios iniciais, possivelmente pode provocar angústia e confusão. “Com relação a esse aspecto, há muitas controvérsias a respeito da existência de consciência ou não da doença em pessoas com síndromes demenciais. As emoções continuam presentes e as pessoas afetadas continuam a reagir emocionalmente”, diz.

Simoni chama a atenção para a necessidade de compreensão da demência “como um transtorno complexo que envolve inúmeras variáveis de ordem biológica, social e psicológica, que ultrapassam o campo circunscrito à cognição e evidenciam a presença importante de transtornos de várias naturezas, tais como os comportamentais e emocionais”. “Também é possível observar que há situações comuns que podem desencadear sintomas que não necessariamente constituem transtornos mentais, o que se faz fundamental para a compreensão de quadros considerados reversíveis”, completa.

“As demências podem ser classificadas, de modo geral, em primárias e secundárias. As primárias envolvem três subtipos: as degenerativas, as de forma mista e as cerebrovasculares. As secundárias são as que apresentam probabilidade de reversibilidade”, esclarece a docente, listando demências degenerativas que envolvem a doença de Alzheimer, demência com corpos de Lewy, demência frontotemporal, doença de Pick, demência associada à doença de Parkinson e a associada à Doença de Huntington, entre outras. “As demências de forma mista incluem a de Alzheimer associada àquela por múltiplos infartos”, detalha.

Quanto às cerebrovasculares, a professora cita a demência por único infarto, a demência por múltiplos infartos e a demência por doença de Biswanger, “também conhecida por demência vascular subcortical”.

De acordo com ela, embora as síndromes demenciais não façam parte do envelhecimento “normal”, “são típicas nesse momento do ciclo vital, no qual apresentam sua maior prevalência”. “Uma grande preocupação tem sido manifestada em diversos documentos e pesquisas acerca da qualidade de vida das pessoas longevas, especialmente em países em desenvolvimento. Segundo o relatório da Organização Mundial da Saúde - OMS ‘Dementia: a public health priority’, publicado em 2012, o número total de pessoas que sofrem de demência em todo o mundo, até 2010, é estimado em 35,6 milhões e está projetado para quase o dobro a cada vinte anos, 65,7 milhões em 2030 e 115,4 milhões em 2050 (WHO, 2012)”, alerta.

A coordenadora menciona informações da médica geriatra Claudia Burlá, apontando que “esses dados são preocupantes, principalmente se considerarmos que a demência é uma das principais causas de incapacidade na velhice, demandando cuidados durante todo o curso desta enfermidade que culmina na dependência total da pessoa doente”.

Sobre a mais conhecida, a doença de Alzheimer, Simoni recomenda o acesso ao site da Associação Brasileira de Alzheimer – ABRAz, www.abraz.org.br, para mais informações e orientações sobre como cuidar de pessoas que sofrem com o problema.



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