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Bitcoin: uma moeda virtual confiável?

Publicado em: 26/02/2018

Nos últimos meses, as bitcoins têm ganhado espaço no mundo virtual e atraído a atenção de investidores e interessados em comprar mais quantidades do produto. Mas o que é uma bitcoin? Qual a sua utilidade? Docentes da Universidade de Araraquara – Uniara esclarecem o que é essa criptomoeda e opinam sobre sua credibilidade e funcionalidade.

“É uma moeda criada para operar na internet, ou seja, para transações de compra e venda nos mercados virtuais. Ela é criada por supercomputadores que ficam ligados dia e noite, e devem estar conectados em rede. Por quê? O sistema bitcoin é um conjunto de registros de débitos, créditos e saldos, como um livro de registro das transações de compra e venda realizadas. Dessa forma, nesses ‘livros’ estão registrados todos os negócios com as moedas virtuais, e os participantes das negociações têm suas bitcoins registradas em uma carteira virtual”, explica o coordenador do curso de Economia da universidade, Ademil Lúcio Lopes.

Ele conta que cada transação entre essas carteiras virtuais são registradas em blocos, que são fechados e arquivados. “Cada um deles forma mais um elo da cadeia de blocos, conhecida como blockchain, e o objetivo dos supercomputadores mencionados é decodificá-la. Esse processo se dá pela resposta de uma complexa equação matemática que somente pode ser solucionada por esses computadores. Essa ação é responsável pelo fechamento desses blocos que contêm as informações das transações. Quem faz esse trabalho tem como prêmio o ganho de 12,5 bitcoins”, comenta o docente, que coloca, no entanto, que o gasto de energia “é absurdo, pois esses computadores ficam ligados o tempo todo”.
No final, o docente reforça que as bitcoins são emitidas após o fechamento dos blocos que contêm os registros das transações efetuadas e, por consequência, validadas.

Uma desvantagem, segundo o coordenador, é que, para as bitcoins, não existe órgão emissor, um Banco Central, e seu valor é muito instável. “Com ela, não podemos comprar quase nada, já que seu valor muda muito. Não se deve usá-la como uma alternativa para estabelecer o preço dos bens que compramos”, alerta.

Também na visão de Lopes, as “vantagens” são para quem quiser lavar dinheiro ilegal, sonegar etc, “pois a bitcoin garante o anonimato da propriedade de quem possui uma carteira virtual para esse tipo de moeda”. “Excluindo os indivíduos que querem esconder atos ilícitos, não vejo nenhuma vantagem no momento. Mas como é algo muito recente, podemos ter mudanças nesse sentido”, analisa.

Em sua opinião, o movimento financeiro ainda é restrito a quem opera com a moeda virtual, seja por parte de investidores que especulam com ela, ou de pessoas que adquirem a criptomoeda para acumulá-la e vendê-la a um preço mais elevado. “Mas ninguém adquire esse ativo com objetivo de utilizá-lo como se comprasse soja, milho, petróleo etc. Também não é possível adquirir bens e serviços, mesmo quando falamos em compras efetuadas em mercados virtuais, como sites de compras, por exemplo”, completa.

Contudo, o fato é que a bitcoin tem ganhado espaço no mundo virtual. “Sua popularidade foi resultado de sua rápida valorização: em cinco anos, foi de impressionantes 38.975% e, em 2017, a elevação foi de 342%, antes da queda, no final do mesmo ano e no início de 2018. Esses valores atraíram todo tipo de gente que busca ativos que propiciem ganhos de forma rápida e, como podemos observar, a bitcoin foi imbatível, nesse sentido”, comenta Lopes.

Ele adverte, todavia, que, por enquanto, são pouquíssimas as alternativas de compras com as moedas virtuais, e prefere não fazer uma previsão sobre o futuro das criptomoedas. “É difícil arriscar alguma coisa, pois são moedas cuja expansão não é controlada e fiscalizada pelos bancos centrais. Os bancos comerciais também estão fora da expansão das bitcoins, mas ainda estamos assistindo ao início desse processo, então muitos ajustes ou algum tipo de controle talvez deva ser constituído, de forma a aumentar a segurança de quem pretende operar com essas moedas. Os bancos centrais do mundo inteiro têm alertado para os riscos de quem lida com elas, portanto, ainda existem muitas dúvidas sobre tudo isso. Já em relação ao Brasil, vai depender muito do que ocorrer nos outros países”, diz.

Desse modo, o coordenador volta a salientar que, por enquanto, é muito arriscado investir nas bitcoins como forma de obter ganhos financeiros, “devido à grande instabilidade nesses mercados”. “O pequeno investidor deve ficar longe desse tipo de investimento”, aconselha.

 

A experiência de quem adquiriu bitcoins

O professor e gestor de Mídias Sociais da Uniara, Samuel Gatti Robles, fez a compra de bitcoins abrindo uma conta em uma corretora. Entretanto, tudo foi feito de maneira cautelosa. “Você faz o depósito na conta bancária dessa corretora, sendo que tudo se dá na base da confiança. Você não tem o controle, já que não há regulamentação do governo e, por isso, não gosto de investir muito dinheiro”, diz o docente.

Ele lembra que, em outros países, porém, essa regulamentação está sendo adotada, “e inclusive os Estados Unidos já contam com bolsas de valores de criptomoedas”. “Ainda assim, alguns economistas costumam dizer que não se deve olhar para a bitcoin como um investimento”, aponta.

Robles conta que entrou nesse mundo em um período em que ela estava em pleno crescimento, “e então houve o problema da queda do valor da bitcoin”. “Nesse aspecto, eu me compliquei e, por enquanto, não tive retorno, mas acho que isso é normal, e é preciso ter sangue frio, esperando a moeda reagir. Ela tem demonstrado recuperação, e há muito otimismo por parte de especialistas de que voltará a valorizar. Acredito que é uma moeda do futuro”, finaliza.



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