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Atenção para o uso de protetores solares

Publicado em: 01/02/2016

O verão, época mais quente do ano, é um convite para um banho de praia ou piscina. No entanto, muitas pessoas ainda não tomam os cuidados necessários com a pele em dias ensolarados e colocam a saúde em risco. A professora do curso de Estética e Cosmética do Centro Universitário de Araraquara – Uniara, Juliana Gonella, ressalta a importância da utilização de protetores solares e fala sobre seu uso correto em diferentes ocasiões e tipos de pele.

Ao contrário do que muita gente pensa, seu uso pode ter restrições. Ela coloca que, como qualquer cosmético, os produtos, quando em contato com a pele, podem desencadear algumas reações, como pruridos, eritema e alergias. “Crianças que não completaram seis meses de vida não devem fazer uso e, acima dos seis meses, devem usar os inorgânicos, que não penetram na pele e são mais seguros. Pessoas de pele sensível ou na presença de patologias dermatológicas também devem usá-los”, diz.

O fator de proteção maior do que 30 não indica que ele traga mais benefícios ao usuário, segundo a docente. “O Fator de Proteção Solar - FPS é uma classificação dada pela Food and Drug Administration - FDA em relação ao grau de proteção dos protetores solares. O FPS dá uma indicação de quanto tempo um indivíduo pode permanecer ao sol sem se queimar, e refere-se somente aos raios UVB. Segundo a FDA, o FPS dos filtros solares não deve exceder o 30, pois os custos adicionais são maiores e o risco de desencadear reações adversas também”, alerta.

“Um protetor com FPS 30 bloqueia 96,7% da radiação, enquanto um FPS 40 aumenta esse nível apenas para 97,5%. Assim, de um FPS 30 para um FPS 50, a eficácia é pequena, pois teríamos um aumento de 2% aproximadamente. Um fator de proteção maior que 30 é indicado para pessoas de pele clara, extremamente sensível ao sol, e que necessitam de muita proteção contra a radiação UVB ou que apresentem uma lesão cancerígena. Para esses tipos de pele, qualquer proteção extra é importante”, destaca Juliana.

Existem produtos específicos para cada região do corpo, de acordo com ela. “Na face, os protetores solares devem se adequar ao tipo de pele do usuário - normal, mista, lipídica, seca, acneica -, e possuir um FPS maior, já que fica fotoexposta grande parte do tempo. Os produtos para essa região, na maioria das vezes, vêm associados com ativos hidratantes, antiinflamatórios e antioxidantes, que auxiliam na diminuição do envelhecimento e dos efeitos deletérios causados pela radiação”, explica.

Já para o restante do corpo, a escolha também deve ser por produtos que contenham em sua composição agentes antioxidantes e hidratantes. “O FPS deve ser baseado no fototipo de pele, ou seja, pessoas de pele morena podem fazer uso de um FPS menor do que 30, já que o corpo fica protegido pela vestimenta. No entanto, quando essa exposição for associada à praia ou piscina, o FPS pode ser maior ou igual a 30, mesmo em indivíduos de pele morena”, ressalta a professora.

Para quem fica constantemente debaixo de sol e, consequentemente, exposto à radiação, ela afirma que o ideal é aplicar o protetor solar a cada 2 horas e escolher um produto resistente a água e ao suor, potencializando a eficácia do produto. “Lembrando que o protetor deve ser aplicado de 20 a 30 minutos antes da exposição solar”, lembra.

Àqueles que passam muitas horas sob o sol, usando protetor solar, Juliana aconselha que, ao final do dia a pele seja higienizada com um sabonete com ph fisiológico, “já que alguns protetores acabam aumentando a oleosidade da pele, o que pode gerar acne na face, região superior do tronco e costas”.

Deve-se tomar cuidado também para que a quantidade aplicada na pele não seja exagerada. “O uso inadequado e excessivo pode provocar algumas reações adversas como prurido, vermelhidão e alergias. Protetores solares orgânicos são os principais responsáveis por essas reações, já que são absorvidos pela pele”, comenta a docente.

Ela ainda pontua mais algumas recomendações sobre o produto e sua utilização:

- O uso correto e constante de protetor solar previne contra o câncer de pele, envelhecimento precoce e lesões pré-malignas, como as ceratoses actínicas e telangectasias;

- Deve ser aplicado a cada duas horas para quem se expõe com frequência, e a cada quatro horas para quem não está exposto constantemente;

- Associar ao protetor solar óculos de sol, boné, chapéu e roupas com manga. Sombrinhas diminuem os efeitos deletérios da radiação;

- Na hora de comprar protetor solar, verificar o tipo de pele para que ele não provoque alterações inestéticas na face. Para peles oleosas, por exemplo, optar por protetores em creme ou gel, oil free, não comedogênico e toque seco;

- Quando adquirir o protetor solar, observar o PPD do produto, método utilizado para medir a radiação UVA, ligada à carcinogênese e ao envelhecimento precoce. O PPD deve ser no mínimo 1/3 do FPS total do produto. Exemplo: protetor FPS 30 – PPD  10.

Ainda assim, Juliana ressalta que a luz solar e o calor fornecido pelo sol “são muito importantes para o bem-estar psicológico e fisiológico do organismo, já que ativam a circulação e estimulam a produção de vitamina D”.

Filtros Solares

“Os filtros solares são produtos cosméticos formulados com o objetivo principal de filtrar ou bloquear as radiações solares nocivas à pele. Assim, quando nela depositados, eles absorvem ou refletem a radiação incidente. São classificados por filtros inorgânicos e orgânicos”, detalha Juliana, explicando que os inorgânicos dispersam ou refletem a radiação ultravioleta. “São fotoestáveis, apresentam baixa taxa de alergenicidade e sensibilização. São utilizados com maior frequência por não penetrarem na pele e não causarem danos às células da epiderme. Oferecem proteção no espectro do U.V.A ao U.V.B, e tem como principais componentes o Dióxido de Titânio (TiO2 ) e o Óxido de Zinco (ZnO)”, completa.

De acordo com ela, os filtros orgânicos são moléculas capazes de absorver a radiação U.V. de alta energia e transformá-las em radiações com energias menores e inofensivas ao ser humano. “São absorvidos pela pele. Absorvem 95% das radiações no comprimento de onda de 290 nanômetros (nm) a 320nm, ou seja, predominam sua absorção na faixa do U.V.B. Seus principais componentes são os salicilatos, cinamatos, benzofenonas e avobenzonas, entre outros”, diz.

Informações sobre o curso de Estética e Cosmética da Uniara podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br ou pelo telefone 0800 55 65 88.

Radiação

A docente também dá informações sobre a radiação solar, que “é complexa, sendo que o espectro que nos atinge compreende:

- Infravermelho – responsável pelo calor com comprimento de onda de 700nm a 3000nm. Potencializa os efeitos da radiação ultravioleta.

- Radiação Visível – responsável pela luz com comprimento de onda de 400nm a 700nm.

- Ultravioleta – apresenta ação química e biológica com comprimento de onda de 100nm a 400nm.

- R.U.V.A – radiação longa menos enérgica. Comprimento de onda de 320nm a 400nm. Responsável pela pigmentação direta (bronzeamento), pelo fotoenvelhecimento e câncer de pele. Grau de penetração: alcança a camada basal da epiderme e a derme, atingindo o tecido conjuntivo. Incide da hora que o sol nasce até a hora que o sol se põe.

- R.U.V.B – radiação média, mais enérgica. Comprimento de onda de 290nm a 320nm. Promove eritema, envelhecimento cutâneo Câncer de pele. Grau de penetração: atinge a epiderme e sensibilizada a camada papilar da derme. Incide das 10h às 16h, com pico às 12h.

- R.U.V.C – radiação curta. Comprimento de onda de 100nm a 280nm. Não atinge a superfície terrestre por ser filtrada pela camada de ozônio. Radiação germicida”.

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