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A influência das amizades na escolha profissional do adolescente

Ana Maria Logatti Tositto*

Investigações recentes mostram que os pais e os colegas têm tendência a influenciar os adolescentes, em diferentes áreas de atividade. Além disso, os pais tendem a ser as fontes principais de influência na maior parte das atividades, especialmente quando as relações familiares são positivas. Todavia, quando os adolescentes não apresentam atitudes tão positivas em relação à família, os colegas, enquanto fontes de influência social, passam a ter uma importância maior.

As relações com os colegas constituem um dos principais contextos por meio dos quais os adolescentes desenvolvem características pessoais para a vida adulta, que também irão interferir no processo de escolha profissional. Eles desempenham um papel complementar ao da família no desenvolvimento do adolescente. De uma maneira geral, as relações com os colegas durante a infância e adolescência parecem ser importantes preditores de um ajustamento bem-sucedido na vida adulta.

Os companheiros se tornam mais significativos na adolescência do que foram em estágios anteriores e, talvez, mais do que ficariam em qualquer período posterior do ciclo de vida. Eles gastam mais da metade do tempo com outros adolescentes - a maior parte dele, conversando.

O espírito de clã e a forte semelhança em relação ao grupo é uma parte normal e, até mesmo, essencial do processo. Os grupos de adolescentes desempenham uma importante função na realização da identidade, já que oferecem aos seus membros oportunidades para experimentar os papéis da vida adulta.

As amizades costumam ser bastante estáveis e íntimas, sendo que a necessidade de semelhança para com o grupo de amigos parece intensificar-se por volta dos 13 ou 14 anos, para, então, decrescer lentamente, à medida que o adolescente começa a obter um senso de identidade mais independente do grupo de companheiros.

A relação entre as amizades e a escolha profissional é um campo pouco explorado em orientação profissional. Estudos atuais têm abordado o tema com o objetivo de investigar a participação dos amigos na escolha de uma profissão. Os resultados das pesquisas têm indicado que grande parte dos adolescentes conversa com seus amigos sobre seu futuro profissional, sendo que a maioria não percebe a influência deles em sua escolha, considerando a si mesmos como a pessoa mais importante na decisão de seu futuro profissional (Pereira e Garcia, 2007).

Pode-se concluir que o papel dos relacionamentos interpessoais no processo de escolha profissional dos adolescentes é um tema complexo e multifacetado. Enquanto familiares (especialmente os pais) e professores são percebidos como uma influência mais direta nas decisões, os amigos participam mais por meio de conversas e troca de informações. Enquanto os adultos parecem influenciar os objetivos (carreira ou curso escolhido), os amigos parecem cooperar mais entre si, trocando informações e críticas.

*Ana Maria Logatti Tositto é graduada em psicologia pela USP de Ribeirão Preto, mestre na área de Saúde Mental pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP, psicóloga do Centro de Orientação Profissional - COP e professora da Uniara.

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